28 de março de 2012

XXXIV Congresso do Partido Social Democrata



A JSD Vila do Conde esteve presente no XXXIV Congresso do PSD em Lisboa, entre os dias 23 e 25 de Março, com a maior representação da história, contando com a participação de 3 delegados e 21 observadores, o que revela uma atitude de interesse e capacidade de intervenção nos destinos do partido, sendo de louvar a excelente mobilização conseguida.

Ao longo dos três dias de Congresso, a união em torno do partido e das medidas do Governo - difíceis mas "necessárias" - foi a tónica dominante, e as críticas à polémica reforma administrativa acabaram por ser pontuais. As intervenções no Pavilhão Atlântico, centraram-se na discussão estatutária, do programa do partido e das propostas temáticas, destacando-se, no período dedicado ao debate político, intervenções como a de Paulo Rangel, que referiu que a vitória de Passos Coelho nas eleições diretas de há 2 anos foi "a melhor solução" para o país. As críticas ao PS e à "pesada herança" dos Governos socialistas foram também uma constante nos discursos, nomeadamente de Alberto João Jardim, Luís Filipe Menezes e do líder parlamentar Luís Montenegro. Na direção, os ajustamentos foram pontuais, sendo a principal novidade o reforço de poderes de Jorge Moreira da Silva - que passa a primeiro vice do partido e a coordenar a comissão política. Teresa Leal Coelho e Pedro Pinto sobem a vice-presidentes, Paula Teixeira da Cruz e Diogo Leite Campos deixam a comissão política. O secretário-geral Matos Rosa continua e José Luís Arnaut passa a presidir um novo órgão do partido, a Comissão Nacional para a Auditoria Financeira. A eleição dos órgãos nacionais em diretas (em vez de em Congresso), proposta da JSD, acabou por ser chumbada à segunda votação e a direção viu também rejeitadas propostas suas emblemáticas, uma para criar a figura do simpatizante do partido e outra para abrir a possibilidade de primárias para a escolha dos candidatos do partido a eleições externas.

A equipa proposta pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, para a Comissão Política do partido foi eleita pelo XXXIV Congresso social-democrata com 88 por cento dos votos. O presidente da Mesa do Congresso do PSD, Fernando Ruas, anunciou que participaram nesta votação 745 congressistas, dos quais 657 votaram favoravelmente a lista proposta por Passos Coelho.

O congresso terminou com uma intervenção do líder Pedro Passos Coelho, que deixou «uma palavra de esperança» aos portugueses, falando em «boas notícias» quanto à evolução do endividamento e do défice. Pedro Passos Coelho disse «a todos os portugueses que sofrem com o impacto das medidas de austeridade» que «esses sacrifícios que estão a atravessar não são em vão». «Estamos a controlar as nossas contas e os nossos desequilíbrios externos. E essas boas notícias devem ser comunicadas ao País», disse Passos Coelho. O presidente do PSD afirmou que Portugal será capaz de reduzir as suas necessidades de endividamento, não devendo precisar de «financiamento adicional» no próximo ano. Ao longo de uma hora, Pedro Passos Coelho passou em revista as várias área da governação, desde a economia e justiça, às matérias europeias, onde fez questão de afirmar que o Governo quer acabar com os privilégios dos setores mais protegidos da sociedade e procurou desfazer a ideia de que os sacrifícios que estão a ser pedidos aos portugueses não são para todos. Mas a oposição, em particular o PS, não foi esquecida no discurso de Passos, que avisou que "ninguém tem o direito" de ficar de fora do que chama de "reconstrução nacional" e, recorrendo a uma metáfora do atletismo, lembrou que "quem começa a correr cedo de mais uma maratona, normalmente não chega ao fim da corrida".